Hiperferritinemia em homens adultos e idosos: condições clínica e nutricional além da hemocromatose hereditária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47320/rasbran.2021.1529

Palavras-chave:

Ferritina, Sobrecarga de Ferro, Hemocromatose, Obesidade.

Resumo

Objetivo: Analisar características clínicas, bioquímicas, antropométricas e nutricionais de pacientes com hiperferritinemia e identificar a relação com sobrecarga de ferro associada à Hemocromatose Hereditária ou a relação com outros fatores. Métodos: Este estudo incluiu 27 homens, adultos e idosos, com hiperferritinemia, atendidos em uma clínica-escola de nutrição. Analisou-se dados sociodemográficos, clínicos, bioquímicos, antropométricos e do consumo alimentar. Para avaliação de sobrecarga de ferro por Hemocromatose Hereditária utilizou-se valores de Saturação de Transferrina >45%; para Síndrome Metabólica, critérios da International Diabetes Federation e para o Fator Inflamatório Dietético, o software IF Ratings™ of Common Foods (v. 32). Resultados: Foram observadas baixa frequência de sobrecarga de ferro associada à provável Hemocromatose Hereditária (11,11%) e elevadas frequências de sedentarismo (44,44%), etilismo (70,37%), sobrepeso/obesidade (81,48%), risco de doença cardiovascular (96,30%), Síndrome Metabólica (40,74%), Velocidade de Hemossedimentação alterada (48,15%) e alterações bioquímicas. Observou-se dieta fortemente inflamatória, excessiva em energia, lipídios e ácidos graxos saturados e poliinsaturados, e insuficiente em fibras, vitaminas e minerais antioxidantes e ferro biodisponível para absorção, sendo esse último inversamente correlacionado com a ferritina sérica (r=-0,540). Conclusão: Este estudo revelou baixa relação de hiperferritinemia associada à provável Hemocromatose Hereditária e elevada associação com alterações metabólicas. Destaca-se a importância da realização de estudos maiores que realizem a confirmação de Hemocromatose Hereditária por meio de teste genético e de Síndrome Dismetabólica de Sobrecarga de ferro por meio de biópsia hepática, bem como de estudos de intervenção, visando adequação dos hábitos alimentares e perfil metabólico destes pacientes.

Palavras-chave: Ferritina. Sobrecarga de Ferro. Hemocromatose. Obesidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Késia Zanuzo, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza

Curso de Nutrição

Márcia Fernandes Nishiyama, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza

Curso de Nutrição

Eloá Angélica Koehnlein, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza

Curso de Nutrição

Referências

Biasoli R, et al. Avaliação da hiperferritinemia numa amostragem de 5306 casos: as médias encontradas foram clinicamente significativas. Rev Bras Hematol Hemoter. 2012;34(Supl. 2):89-326.

Goot K, et al. Elevated serum ferritin – What should GPs know? Australian Family Physician. 2012;41(12):945-949.

Bardou-Jacquet E, et al. Long- term course after initial iron removal of iron excess in patients with dysmetabolic iron overload syndrome. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2014;26(4):418-21. DOI: https://doi.org/10.1097/MEG.0000000000000058

Calixto-Lima L, Reis NT. Interpretação de exames laboratoriais aplicados à nutrição clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Rubio. 2012.

Pedraza DF, Menezes TM. Questionários de Frequência de Consumo Alimentar desenvolvidos e validados para população do Brasil: revisão da literatura. Já Ciência & Saúde Coletiva. 2015;20(9):2697-2720. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232015209.12602014

Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e prevenção da Aterosclerose. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2Supl.1):1-76.

International Diabetes Federation (IDF). Metabolic Syndrome Definition. The International Diabetes Federation (IDF) consensus worldwide definition of the metabolic syndrome. 2006; 1-16. Disponível em: <https://www.idf.org/e-library/consensus-statements/60-idfconsensus-worldwide-definitionof-the-metabolic-syndrome>. Acessado em: 03 de set. de 2018.

Executive Summary of The Third Report of The National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, And Treatment of High Blood Cholesterol In Adults (Adult Treatment Panel III). Circulation. 2002;106(25):3145-3421. DOI: https://doi.org/10.1161/circ.106.25.3143

World Health Organization (WHO). Obesity: preventing and managing the global epidemic of obesity. Report of the WHO Consultation of Obesity. Geneva: World Health Organization. 1997. Disponível em: <http://www.who.int/nutrition/publications/obesity/WHO_TRS_894/en/>. Acessado em: 03 de set. de 2018.

Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care. 1994;21(1):55-67. DOI: https://doi.org/10.1016/S0095-4543(21)00452-8

World Health Organization (WHO). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization. 1998. Disponível em: <http://www.who.int/nutrition/publications/obesity/WHO_TRS_894/en/>. Acessado em: 03 de set. de 2018.

Browning LM, Hsieh SD, Ashwell M. A systematic review of waist-to-height ratio as a screening tool for the prediction of cardio – vascular disease and diabetes: 0.5 could be a suitable global boundary value. Nutr Res Rev. 2010; 23(2):247-69. DOI: https://doi.org/10.1017/S0954422410000144

Rossi L, Caruso L, Galante AP. Avaliação nutricional: novas perspectivas. São Paulo: Roca, 2008.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF. Tabela de medidas referidas para os alimentos consumidos no Brasil. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50000.pdf>. Acessado em: 03 de set. de 2018.

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO. 4. Ed. Campinas: NEPA- UNICAMP, 2011. Disponível em: <http://www.cfn.org.br/index.php/tabela-brasileira-de-composicao-de-alimentos-4a-edicao/>. Acessado em: 03 de set. de 2018.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF. Tabela de composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50002.pdf>. Acessado em: 03 de set. de 2018.

Guimarães AF, Galisa MS. Cálculos Nutricionais: Conceitos e aplicações práticas. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2008.

Institute of Medicine. Dietary reference intakes for vitamin C, vitamin E, selenium, and carotenoids. Washington, DC: National Academy Press; 2000.

Institute of Medicine. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington, DC: National Academy Press; 2001.

Monsen ER, Hallberg L, Layrisse M, Hegsted DM, Cook JD, Mertz W, et al. Estimation of available dietary iron. The American Journal of Clinical Nutrition. 1978;31(1):134-141. DOI: https://doi.org/10.1093/ajcn/31.1.134

World Health Organization (WHO). Guidelines on food fortification with micronutrients. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: . Acessado em: 03 de set. de 2018.

Cavicchia PP, et al. A New Dietary Inflammatory Index Predicts Interval Changes in Serum High-Sensitivity C-Reactive Protein. J Nutri. 2009;139(12):2365-2372. DOI: https://doi.org/10.3945/jn.109.114025

Sociedade Brasileira de Cardiologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2010;95(1 supl.1):1-51. DOI: https://doi.org/10.1590/S0066-782X2010001700001

Cançado RD, Chiattone CS. Visão atual da hemocromatose hereditária. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32(6):469-475. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-84842010000600011

Rauber MR. Avaliação molecular e bioquímica do metabolismo do ferro em pacientes portadores de Síndrome Metabólica. [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2014. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/131209>. Acessado em: 03 de set. de 2018.

Beaton MD, Adams PC. Treatment of hyperferritinemia. Ann Hepatology. 2012;11(3):294–300. DOI: https://doi.org/10.1016/S1665-2681(19)30923-8

Leite LD, Rocha EDM, Brandão-Neto J. Obesidade: uma doença inflamatória. Rev Ciência & Saúde. 2009;2(2):85-95. DOI: https://doi.org/10.15448/1983-652X.2009.2.6238

França BK, et al. Peroxidação lipídica e obesidade: Métodos para aferição do estresse oxidativo em obesos. Jornal Português de Gastrenterologia. 2013;20(5):199-206. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpg.2013.04.002

Pimentel CKS, Santos CM, Neto LML. Características nutricionais e fator inflamatório das dietas usadas por pacientes em terapia renal substitutiva. BRASPEN J. 2016;31(3): 208-12.

Ruiz-Canela M, Bes-Rastrollo M, Martínez-González MA. The Role of Dietary Inflammatory Index in Cardiovascular Disease, Metabolic Syndrome and Mortality. Int J Mol Sci. 2016;17(8):1265. DOI: https://doi.org/10.3390/ijms17081265

Downloads

Publicado

2021-07-27

Como Citar

Fortes, M. D. S., Oldra, C. de M., Zanuzo, K., Nishiyama, M. F., & Koehnlein, E. A. (2021). Hiperferritinemia em homens adultos e idosos: condições clínica e nutricional além da hemocromatose hereditária. Revista Da Associação Brasileira De Nutrição - RASBRAN, 12(2), 104–118. https://doi.org/10.47320/rasbran.2021.1529

Edição

Seção

Artigos Originais